quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lavar o carro a seco é mesmo ecológico?

 As propagandas de empresas que prestam o serviço só aumentam, mas será que são verdadeiras? “Nosso produto é molhado, é a base de água, contém cera. Com 100 ml limpamos um carro médio”, diz Katia Kajiwa, sócia da empresa Washing que vende kits com um produto de lavagem a seco para o exterior do carro e outro para os pneus.
Para limpar um carro, basta borrifar o produto Ecowax em um pano e passar no automóvel. Depois, é necessária a utilização de outro pano para dar brilho, garante Kátia. No pneu, é usado um outro líquido a base de cana-de-açúcar, aplicado com uma esponja.
 Já a lavagem em casa de um carro médio com a mangueira pouco aberta por 30 minutos consome em média 220 litros de água, segundo a Sabesp. “Recomendamos que a pessoa lave o carro o mínimo possível com um balde, o que daria um consumo em torno de 40 litros de água, ou que nem lave em época de estiagem”, diz Marcelo Morgado, assessor de meio ambiente da Sabesp. De acordo com a Sabesp, a lavagem com a mangueira é a que mais gasta água e deve ser evitada a todo custo, uma vez que a mangueira fica ligada e sua água, que não é armazenada em baldes, acaba também lavando a calçada, a rua, o quintal…
 Em seu site, a fabricante informa que o Ecowax elimina 100% o uso de água. No entanto, é necessária ao menos um pouco dela para lavar os panos após a limpeza do carro e para ser ecologicamente correto é preciso mais ainda. “O melhor é lavar os panos em um balde com água e esvaziá-lo em esgoto, é contra lei jogar a água usada nas galerias pluviais [na rua]. Isso enche nossos rios de espuma”, diz Morgado.
 Para ele, quem lava de modo tradicional em postos de gasolina deve observar onde é descartada a água. Se vai para o esgoto do estabelecimento, está de acordo com a lei e deve passar por algum tipo de tratamento. Se a água escorrer pela sarjeta e cair no bueiro, vai para galerias pluviais e acaba poluindo rios.
Para a Sabesp, os produtos de lavagem a seco são boas opções de limpeza de automóveis, desde que sejam não-tóxicos e biodegradáveis. Ele também aconselha ao consumidor que verifique se o produto tem o selo do registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o tipo de solvente utilizado.
O rótulo do Washing também não especifica o solvente e os outros ingredientes utilizados. “Nos Estados Unidos a lei é melhor quanto a isso, mas seria interessante para quem compra que as empresas deixassem mais claros os princípios ativos de seus produtos”, comenta Morgado.

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